Ontem, dia 12 de agosto, foi o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e pela Reforma Agrária. E por que esta data? Porque foi no dia 12 de agosto de 1983, há exatos 30 anos, que foi assassinada a líder sindicalista Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande.
Margarida foi assassinada covardemente com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto, à queima roupa, na porta de sua casa, na frente ao seu filho de apenas 8 anos. O impacto do disparo foi tão forte que destroçou seu rosto e seu crânio.
Os mandantes (grandes proprietários de terra da região) e os executores (conhecidos pistoleiros) jamais foram condenados, mesmo que seus nomes estivessem na boca de toda população local. São, portanto, 30 anos de impunidade e de conivência. A Ditadura Militar ainda estava implantada em nosso País, e o Estado nada fez para proteger a vida de Margarida, que já vinha sofrendo claras ameaças de morte, nem proporcionou à sua família, amigos e trabalhadores rurais o direito à justiça e à indenização.
Desde o último dia 05 até ontem, realizaram-se homenagens à memória de Margarida em sua cidade natal. Foram cursos de formação para mulheres e jovens do campo, feira agrícola de produtos orgânicos e de artesanato, debates nas escolas, dezenas de atividades culturais e, por fim, um grande ato político na praça central, que contou com a presença de centenas de agricultores, militantes dos movimentos sociais, sindicalistas e autoridades.
Minha assessoria esteve presente ao ato político e pôde registrar especialmente o discurso emocionado do único filho de Margarida, Arimatéia, que viu sua mãe ser assassinada, e que declarou todo seu orgulho de ser filho desta lutadora paraibana, que, com seu sangue, deu uma grande contribuição para que os trabalhadores rurais pudessem equiparar diversos direitos já conquistados pelos trabalhadores urbanos, como carteira assinada, jornada de trabalho de oito horas, 13º salário, férias, entre outros.
SÃO BENTO AGORA PB Com Assessoria
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