Após 8 horas da entrada no referido hospital a paciente foi submetida a outro exame de toque, realizado pela parteira, no qual ficou constatado que a mesma ainda se encontrava com um centímetro de dilatação. Dessa forma, conclui-se que após 8 horas de internação a paciente não tinha aumentado a dilatação.
Às 13 horas da tarde a paciente começou a passar mal, chegando a desmaiar, ficando desacordada. Nesse momento, o médico Dr. Valdemar Araújo se recusou a prestar socorro a mesma.
As 14 horas e 30 minutos da tarde o quadro da paciente se agravou. Os familiares e esposo da paciente começaram a implorar que Dr. Valdemar prestasse socorro a Carla Simone. Nesse instante, O esposo da paciente perguntou se o médico iria deixar a filha e a mulher morrerem e o mesmo respondeu com a seguinte afirmação: “ Ela pode morrer, até eu vou morrer um dia”.
Pouco tempo depois, às 15 horas da tarde, o médico leva Carla desacordada para sala de parto normal, pois durante todo esse período Valdemar Araújo se recusava a fazer o parto cesáreo. Valdemar ordena ao policial de plantão para retirar todos os familiares da paciente do interior do hospital e manda uma enfermeira dizer que estava tudo bem, que Carla Simone já se encontrava com 8 centímetros de dilatação e que naquele exato momento a criança já estaria nascendo.
Porém, outros profissionais que examinaram a paciente posteriormente afirmam que não acreditam que a mesma estivesse, no momento do parto, com a dilatação necessária, pois, a mesma apresentava traços de quem teria sido vítima de um parto forçado. Alguns desses profissionais chegaram a demonstrar repúdio e até se emocionar com a violência sofrida pela mãe e a criança.
Após 3 horas de ser levada para sala de parto, às 18 horas, a criança finalmente nasceu. No momento em que a criança estava nascendo percebeu-se que a mesma se encontrava asfixiada em razão de que o cordão umbilical havia laçado seu pescoço, levando-a a ter uma momentânea parada respiratória após o parto. Assim, o nascimento ainda não representava o fim da angustia daquela mãe e sua filha, pois, ambas foram levadas para Currais Novos. A criança estava em estado bastante grave, em decorrência do parto forçado, pois a mesma sofreu machucados, formando coágulos na sua cabeça.
Infelizmente, a criança não conseguiu resistir, agora pela manhã tivemos a notícia que ela veio a óbito. A violência do parto pode, também, ser constatada pelas imagens da barriga da paciente, que ficou com vários hematomas em razão da pressão que foi feita sobre seu ventre.
Infelizmente, esse não é o primeiro caso de violência contra pacientes em trabalho de parto na nossa cidade. É preciso que as autoridades políticas, da justiça e toda a sociedade civil organizada se unam para dar um basta nesses absurdos que maculam a imagem de nossa cidade. Não podemos continuar aceitando que as nossas mulheres e filhos tenham fins trágicos como esse que está se passando com Carla Simone e sua Família.
Por Carlita Barbosa de Souza
SAOBENTOAGORAPB Com Blog de Lucineide Medeiros
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