sábado, 6 de abril de 2013

Energisa é denunciada por 600 “gatos” mensais em sessão especial da CMJP


A queixa é do Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários da Paraíba (STIU-PB). Uma consumidora peregrina em órgãos de proteção para ser perdoada de multa indevida superior a R$ 2 mil.
A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, na manhã desta quarta-feira (4), uma sessão especial conjunta com nove entidades para debater denúncias sobre supostos “gatos” para desvio de energia elétrica na Paraíba. Mais de cem pessoas lotaram o Plenário da Casa Napoleão Laureano, e o Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários da Paraíba (STIU-PB) denunciou a incidência de mais de 600 “gatos” por mês no Estado. Além disso, uma consumidora recorre à CMJP para ser perdoada de multa indevida superior a R$ 2 mil.
A sessão iniciou às 10h30 e foi proposta pelo presidente da Casa, Durval Ferreira (PP), e pela vereadora Raíssa Lacerda (PSD). O evento foi realizado em conjunto com a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Ministério Público do Trabalho (MPT-PB), Ministério Público da Paraíba (MPPB), Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB), Programa de Proteção ao Consumidor Estadual (Procon-PB) e Municipal (Procon-JP), Câmara Municipal de Campina Grande (CMCG), Sindicato dos Eletricitários da Paraíba (Sindeletric-PB), e a Energisa.
STIU-PB denuncia a instalação de mais de 600 “Gatos” por mês
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários da Paraíba (STIU-PB), Dráuzio Rodrigues, denunciou o processo da “Máfia dos Gatos” baseado em relatórios. “Mais de 20 equipes tinham como meta fazer cerca de 35 termos de desvio por mês. Após as denúncias da CMJP, esse índice caiu para 15 para cada equipe ao mês, ou seja, 50% a menos”, relatou.
Dráuzio Rodrigues também acrescentou que teve acesso a outros dados sobre denúncias contra a Energisa, como os de violação da medição e unidades clandestinas. “Só contabilizamos os desvios e temos material substancial para comprovar balanços que mostram que a empresa se utiliza disso para obtenção de lucros”, garantiu.
O STIU-PB reúne trabalhadores eletricitários, da Energisa, das empresas reguladoras de distribuição de gás, da Companhia Paraibana de Águas e Esgotos (Cagepa) e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
Consumidora recorre a CMJP para pedir ajuste de multa após perder causa contra Energisa
“Estou pagando uma dívida de mais de R$ 2 mil em parcelas há seis meses para não ficar sem energia elétrica em casa. Perdi uma audiência tentando comprovar que era um gato que não foi instalado por mim, e espero encontrar hoje na Câmara uma solução para o meu problema. Eu vivo em um tormento financeiro por causa disso”, lamentou a dona de casa Maria do Carmo, 46 anos, que estava na galeria da CMJP com documentos da troca do medidor nas mãos e a esperança de ser liberada da dívida.
Ela foi multada em R$ 2.054,17 pela Energisa por causa de desvio de energia. A consumidora recorreu ao Programa de Proteção ao Consumidor Estadual (Procon-PB), mas teve causa perdida. “Quiseram que eu pagasse em 24 vezes de R$ 96,70, mas eu não tenho condições. Agora sou obrigada a desembolsar por mês R$ 42,79, em 48 vezes, para que não cortem minha energia”, informou Maria do Carmo.
De acordo com os documentos da consumidora, sua residência foi visitada pelos profissionais da Energisa, Edilson (matrícula 47005), e Ricardo (47114), em 14 de maio do ano passado. No entanto, ela disse não ter recebido visita nenhuma. “Recebi um papel como se uma pessoa chamada Manuela Silva de Lima tivesse assinado como residente em minha casa, alegando que o medidor foi trocado por um digital”, denunciou a dona de casa, que tinha todos os documentos para comprovar o caso.
Plenário lotado durante a sessão sobre desvio de energia na PB
A movimentação no hall de entrada foi intensa, e nas galerias, cidadãos mascarados de gatos, cartazes com frases denunciativas e de efeito, caras pintadas e pessoas vestidas de palhaço entoavam miados e tocaram instrumentos musicais em protesto. Entre Plenário e Galerias, havia mais de 100 pessoas em circulação.
“Já visitaram minha casa e fui contra a retirada de medidor. A Paraíba deveria ter contas pré-pagas de energia elétrica e ter uma empresa operadora do serviço que fosse do estado, e não de Minas Gerais”, salientou um dos mascarados, o educador Glayson Ricardo Andrade, 37 anos. Ele é representante da Assembleia Popular na Paraíba.
A imprensa compareceu à sessão, que teve a participação de mais de dez meios de comunicação da Paraíba presentes. Entre eles, estavam profissionais da TV, rádio, jornais impressos e portais.
SÃO BENTO AGORA PB Com Haryson Alves-Ascom da CMJP

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