Em ditos populares, o conto de viúvas de maridos vivos se refere a um tempo difícil, centralizado na região nordeste, em que os chefes de família saiam de suas terras, ao encontro de outras chances e muitas vezes encontravam realidades diferentes de suas terras de origem, abandonando suas esposas e filhos, formando uma nova família.
Três irmãs, três histórias e três destinos semelhantes. Assim é contada a trajetória de vida de Juraci Izaura de Araújo, 74 anos, Francisca Izaura de Araújo, 68 anos e Maria Izaura de Araújo, de 72 anos, conhecidas como "Irmãs Farofa”, residentes na cidade de São Bento, localizada no Sertão paraibano, distantes 421 km da capital João Pessoa.
Juraci, conhecida como "Preta Farofa” é primogênita de uma família de dez irmãos. Apaixonou-se por Ramon Jerônimo dos Santos, oficializando a relação com o casamento, onde construiu uma família formada por cinco filhos. Até então, a história parece ser bem comum, comparada a tantas outras contadas cotidianamente. No entanto, o destino de “Dona Preta Farofa” muda tempos depois, mais precisamente no ano de 1974, quando o seu marido resolve deixar a casa em busca de maiores oportunidades na capital federal Brasília.
A viagem, que antes era justificada por possibilitar melhores condições para a família, transformou-se numa história dramática, narrada pela própria "Preta", para a equipe de reportagem da Revista Etnia. “Quando ele viajou, a gente pensou num futuro melhor, mas ele demorou a voltar e o que deveria ser constante, acabou sem existir”, afirma Dona Preta ao se referir ao início de seu drama.
Segundo Preta, Ramon Jerônimo dizia trabalhar por dias melhores em Brasília, prometendo enviar dinheiro para auxiliar a família, anunciando também, sua volta à terra natal, no ano seguinte, em 1975. “A família dele sempre me dizia que se eu fosse até onde ele estava, ele voltaria comigo. Ele nem voltou, nem ajudou a família”, finalizou emocionada Juraci Izaura, ao lembrar-se das dificuldades enfrentadas na época.
Três irmãs, três histórias e três destinos semelhantes. Assim é contada a trajetória de vida de Juraci Izaura de Araújo, 74 anos, Francisca Izaura de Araújo, 68 anos e Maria Izaura de Araújo, de 72 anos, conhecidas como "Irmãs Farofa”, residentes na cidade de São Bento, localizada no Sertão paraibano, distantes 421 km da capital João Pessoa.
Juraci, conhecida como "Preta Farofa” é primogênita de uma família de dez irmãos. Apaixonou-se por Ramon Jerônimo dos Santos, oficializando a relação com o casamento, onde construiu uma família formada por cinco filhos. Até então, a história parece ser bem comum, comparada a tantas outras contadas cotidianamente. No entanto, o destino de “Dona Preta Farofa” muda tempos depois, mais precisamente no ano de 1974, quando o seu marido resolve deixar a casa em busca de maiores oportunidades na capital federal Brasília.
A viagem, que antes era justificada por possibilitar melhores condições para a família, transformou-se numa história dramática, narrada pela própria "Preta", para a equipe de reportagem da Revista Etnia. “Quando ele viajou, a gente pensou num futuro melhor, mas ele demorou a voltar e o que deveria ser constante, acabou sem existir”, afirma Dona Preta ao se referir ao início de seu drama.
Segundo Preta, Ramon Jerônimo dizia trabalhar por dias melhores em Brasília, prometendo enviar dinheiro para auxiliar a família, anunciando também, sua volta à terra natal, no ano seguinte, em 1975. “A família dele sempre me dizia que se eu fosse até onde ele estava, ele voltaria comigo. Ele nem voltou, nem ajudou a família”, finalizou emocionada Juraci Izaura, ao lembrar-se das dificuldades enfrentadas na época.
A então história da família não resistiu à distância e passou a ser constituída pelos cinco filhos e a luta de “Dona Preta” na fabricação de redes, principal atividade econômica do município de São Bento. Mesmo com dificuldades, os cincos filhos foram criados e hoje são uma lição de vida, tendo Preta cumprido o papel de chefe da família. “Apesar das dificuldades consegui criar os meus filhos, tem pessoas que ainda me perguntam; Dona Preta por que a senhora não casou com novamente? Eu sempre respondo: estou ficando velha e não louca”, contou em meio a risos após afirmar como superou as dificuldades para criar os filhos.
Já o destino de sua irmã, Francisca Izaura de Araújo, a “Tica Farofa”, 68 anos, não foi diferente. Casada com Geraldo Lopes da Silva, ela perdeu o marido para mundo em 1980, ano em que ele foi morar na cidade de Manacapuru, estado do Amazonas, deixando para trás além da esposa, os seus cinco filhos.
Passando por momentos difíceis, Tica conta que os seus filhos foram os principais responsáveis pela superação por aquele tempo. “Embora ainda crianças, eles foram a minha esperança, pois tiveram que aprender desde cedo como cuidar das responsabilidades de uma família”, disse.
Em paralelo a época em que ela se reporta as dificuldades enfrentadas, acontece também, o alastro da seca a região do nordeste, afetando principalmente as famílias das extremidades interioranas. “A falta de água afastou muita gente de sua região natal, como a gente não tinha condição, o jeito foi encarar a realidade. Para ajudar em casa, os meninos trabalhavam na produção de redes”, comentou, se referindo a principal atividade econômica da cidade de São Bento.
Assista o vídeo
Já o destino de sua irmã, Francisca Izaura de Araújo, a “Tica Farofa”, 68 anos, não foi diferente. Casada com Geraldo Lopes da Silva, ela perdeu o marido para mundo em 1980, ano em que ele foi morar na cidade de Manacapuru, estado do Amazonas, deixando para trás além da esposa, os seus cinco filhos.
Passando por momentos difíceis, Tica conta que os seus filhos foram os principais responsáveis pela superação por aquele tempo. “Embora ainda crianças, eles foram a minha esperança, pois tiveram que aprender desde cedo como cuidar das responsabilidades de uma família”, disse.
Em paralelo a época em que ela se reporta as dificuldades enfrentadas, acontece também, o alastro da seca a região do nordeste, afetando principalmente as famílias das extremidades interioranas. “A falta de água afastou muita gente de sua região natal, como a gente não tinha condição, o jeito foi encarar a realidade. Para ajudar em casa, os meninos trabalhavam na produção de redes”, comentou, se referindo a principal atividade econômica da cidade de São Bento.
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Atualmente, “Tica Farofa” não tem notícias de seu ex-marido, nem mesmo sabe se ele está vivo, mesmo assim, ela continua no ritmo de sempre, exercendo o oficio de dona de casa, sendo hoje um exemplo para os seus filhos. “Passei por momentos complicados, mas hoje prefiro viver aquilo que tenho ao meu redor”, destacou.
Assim como Preta e Tica, o destino também pregou a mesma peça com a terceira irmã: Maria Izaura de Araújo, a “Maria Farofa” que no auge do casamento, no ano de 1982, o marido Francisco Alves Batista, resolve abandoná-la junto com os seus seis filhos.
O sofrimento e as dificuldades não desanimaram Maria, que lutou para manter a casa e os filhos. “Sustentei os cinco filhos trabalhando na emergência do Governo, e com rede, graças a Deus os filhos foram crescendo e aprendendo o ofício e hoje estão criados”.
Maria não soube mais do paradeiro do marido, apenas lembra que Francisco Alves sai de casa com destino a São Luiz no Maranhão. “A sensação de ser viúva de marido vivo, é boa porque sabemos que ele não morreu, e outra não fui largada, e ele era um bom pai, sai em busca de trabalho”, contou.
REVISTA ETNIA
A Revista Etnia tem como base o Jornalismo Etnográfico, o qual alicerça reportagens elaboradas através de uma apuração séria e sensível às relações culturais e cotidianas da sociedade, sem distinção de raça, cor ou religião.
Assim como Preta e Tica, o destino também pregou a mesma peça com a terceira irmã: Maria Izaura de Araújo, a “Maria Farofa” que no auge do casamento, no ano de 1982, o marido Francisco Alves Batista, resolve abandoná-la junto com os seus seis filhos.
O sofrimento e as dificuldades não desanimaram Maria, que lutou para manter a casa e os filhos. “Sustentei os cinco filhos trabalhando na emergência do Governo, e com rede, graças a Deus os filhos foram crescendo e aprendendo o ofício e hoje estão criados”.
Maria não soube mais do paradeiro do marido, apenas lembra que Francisco Alves sai de casa com destino a São Luiz no Maranhão. “A sensação de ser viúva de marido vivo, é boa porque sabemos que ele não morreu, e outra não fui largada, e ele era um bom pai, sai em busca de trabalho”, contou.
REVISTA ETNIA
A Revista Etnia tem como base o Jornalismo Etnográfico, o qual alicerça reportagens elaboradas através de uma apuração séria e sensível às relações culturais e cotidianas da sociedade, sem distinção de raça, cor ou religião.
Sendo assim, a reportagem presente neste site foi captada e constituída dentro de princípios éticos e morais, como parte de um projeto elaborado pelos alunos Cláudio Sout, Epitácio Germano, Genarks Oliveira, Jô Santana, Marcos Lima e Raniery Soares, como parte das atividades relacionadas ao Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo das Faculdades Integradas de Patos - FIP, através da disciplina Mídia Impressa, Noticiabilidade e Cotidiano, ministrada pelo Prof. Fábio Ronaldo Silva.
Acesse o link para ter acesso ao conteúdo completo: revistaetnia.wix.com/revistaetnia
Alunos do 6º periodo de Jornalismo da da FIP
Vídeo: Mais Patos
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