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Assinada em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa (END) prevê a renovação das Forças Armadas brasileiras em busca de maior desenvolvimento e projeção internacional, com o objetivo de conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, poucas medidas previstas no decreto tiveram avanços desde então.
O Exército, que possui o maior efetivo entre as três forças (são 203,4 mil militares), está praticamente obsoleto. Segundo revelaram alguns generais brasileiros, só há munição disponível para cerca de uma hora de guerra.
Dois generais, que passaram recentemente à reserva, afirmaram ao Globo.com que o Brasil não tem condições para responder a uma guerra. "Posso afirmar que só temos munições para menos de uma hora de combate", diz o general Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.
"A quantidade de munições que temos sempre foi reduzida. Quase não existe, principalmente para pistolas e espingardas. A nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70 e 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaças ao país que justifiquem a modernização do dispositivo militar, mas se elas surgirem, não teremos tempo para adquirir capacidade de reacção", alerta o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), que coordena todas as tropas do país.
"Nos últimos anos, o Exército só tem conseguido adquirir o mínimo possível de munições para a instrução. Os sistemas de guerra eletrónica, a artilharia e os blindados estão ultrapassados. Mais de 120 mil espingardas têm mais de 30 anos. Não há recursos suficientes", diz Santa Rosa, que deixou o exército em fevereiro de 2010, demitido por Lula da Silva após ter chamado à Comissão da Verdade, que investiga os casos dos desaparecidos políticos do tempo da Ditadura, de "comissão da calúnia".
SAOBENTOAGORAPB Com DN Globo
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