No encontro entre dois times em ascensão, só o Criciúma vai poder respirar no Campeonato Brasileiro. Com uma atuação sólida na defesa, o Tigre segurou o São Paulo, no Morumbi, e venceu um jogo-chave para escapar do rebaixamento. Na noite em que Rogério Ceni perdeu mais um pênalti, Marcel e Lins garantiram a vitória por 2 a 1 que eleva os catarinenses na tabela e mantém o Tricolor entre os quatro piores.
O período de turbulência atinge em cheio o maior ídolo são-paulino. Rogério Ceni, provavelmente em seu último ano de carreira, desperdiçou a terceira penalidade consecutiva dele, a quarta seguida do time – Jadson errou a outra. Aloísio estava posicionado para cobrar e tentar diminuir no segundo tempo. Mas, depois dos pedidos da torcida, o capitão teve o aval do técnico Paulo Autuori para atravessar o campo e voltar a bater. Galatto pegou no canto direito.
Depois de duas vitórias e três empates, os paulistas voltaram a jogar mal e pagaram caro por isso. A apatia do time no primeiro tempo foi determinante diante de um rival disposto a somar pelo menos um ponto. Conseguiu bem mais graças a um pênalti bobo de Rodrigo Caio e de um contra-ataque preciso perto do fim da etapa inicial. Aloísio descontou no segundo. Era tarde.
O São Paulo perde assim a chance de deixar a zona do rebaixamento – são dez rodadas ali. O tropeço o derruba uma posição, aparecendo agora em 18º lugar, com 19 pontos. A distância da salvação continua pequena, é de apenas um ponto para o Fluminense, primeiro time fora da degola. No domingo, pega o Coritiba, às 16h, no Couto Pereira.
O Criciúma não só se afasta do perigo como sobe bastante na tabela. Com a terceira vitória seguida, 100% de aproveitamento com o técnico Silvio Criciúma, pula para a nona colocação, com 23 pontos. A série pode aumentar no domingo, quando recebe o Botafogo, no estádio Heriberto Hülse.
Tigre segura Tricolor e faz dois
Paulo Autuori surpreendeu ao escalar o São Paulo com a formação que atuou no segundo tempo da vitória sobre o Náutico, com três atacantes - Negueba, Luis Fabiano e Aloísio. Mas, na prática, não funcionou. Muito pelo contrário. O time veloz que bateu o Timbu mesmo com um jogador a menos esbarrou na forte marcação do Criciúma. Pior, viu o adversário ser preciso na defesa e impiedoso no ataque para abrir dois de vantagem ainda na etapa inicial.
O Tigre correu muito para travar tudo que os paulistas tentaram. Aloísio e Negueba, abertos pelos lados, sofreram com a forte marcação. Jadson, único armador escalado (Ganso ficou no banco), foi acompanhado de perto por Serginho e quase não produziu. Sobraram cruzamentos para Luis Fabiano, que também encontrou o goleiro Galatto em noite inspirada.
O gol do Criciúma surgiu aos 22 minutos, em erro de um dos principais jogadores do São Paulo nos últimos jogos. Rodrigo Caio, de volta à zaga, trocou a bola pela perna de Marlon em um lance quase na linha de fundo, de pouco perigo para Rogério Ceni. Marcel, aquele de passagem discreta pelo Tricolor, mandou uma bomba no meio do gol. Indefensável.
No embalo da torcida, novamente presente em grande número - público pagante: 33.738 para uma renda de R$ 347.657,00 - o São Paulo tentou pressionar, passou a controlar melhor a bola, porém, sem ser efetivo perto da área. O nervosismo foi aumentando depois que Luis Fabiano e Reinaldo tiveram chances para marcar, mas não aproveitaram.
O Criciúma soube esperar para dar novo bote. Aos 41, Lins puxou o contra-ataque e apareceu na segunda trave para desviar o cruzamento de Marcel e ampliar. Em meio aos gritos de "raça", Ceni pressionou o trio de arbitragem na saída de campo reclamando que, no momento da jogada do segundo gol, o lateral Paulo Miranda estava fora de campo trocando um curativo na cabeça.
Ah, Ceni...
As mudanças no São Paulo para a etapa final quase caem por terra antes mesmo de o primeiro minuto ser completado. Em vacilo da defesa, Lins apareceu livre de frente para Ceni, deu um leve desvio e acertou a trave. O pânico tomou conta dos torcedores no Morumbi.
Autuori apostou em Ganso e Lucas Evangelista nas vagas de Jadson e Fabrício, respectivamente. O Tricolor não melhorou, mas contou com o recuo excessivo do Criciúma para sufocar. Aloísio quase acertou o ângulo. No entanto, os contra-ataques continuavam perigosos. Marcel, de cabeça, parou em Rogério Ceni.
O começo da salvação viraria decepção minutos depois. Aloísio foi lançado na área e acabou derrubado pelo goleiro Galatto. O próprio “Boi Bandido” se posicionou para cobrar o pênalti, mas precisou dar o lugar para Ceni. Com os gritos da torcida, o capitão pediu e recebeu a autorização do treinador para bater. E bateu mal novamente. Galatto pulou no canto direito e pegou.
Só Aloísio não parecia se abater com o erro e a desvantagem. Dos pés dele, o Tricolor continuou vivo, aos 24. Ele recebeu de Paulo Miranda, girou sobre a marcação e bateu rasteiro, no canto esquerdo do goleiro para diminuir.
A partir daí, o São Paulo arriscou tudo. No desespero, faltou calma para trabalhar a bola em busca de espaço. A melhor chance veio aos 38, quando Osvaldo acertou a bola com um carrinho, mas ela saiu à direita de Galatto. Com a vitória, o Criciúma se afasta da zona do rebaixamento. E o Tricolor permanece afundado nela.
SÃO BENTO AGORA PB Com globoesporte
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