O cadastro positivo, bancos de dados de bons pagadores, começa a ganhar força. A partir desta quinta-feira (1º), as instituições financeiras, com a autorização dos clientes, começam a repassar as informações para os bancos de dados.
Para o economista da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida, os bancos serão os maiores provedores de dados do mercado.
— Os bancos têm o maior volume de informações dos consumidores.
A expectativa da Serasa é conseguir até o final do ano 7 milhões de pessoas com cadastro positivo. Mesmo antes do início do repasse de informações por meio das instituições financeiras, os consumidores já podiam autorizar o seu cadastro. Desde o início do ano, a autorização pode ser feita nos próprios órgãos de proteção ao crédito e em lojas, por exemplo.
Os estabelecimentos comerciais alimentam o cadastro positivo, com informações sobre os pagamentos de boletos e de operações de crediário. O superintendente do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil, Nival Martins, disse que também é possível obter informações de clientes das empresas de energia elétrica e telefonia.
— Mas os maiores fomentadores do crédito são os bancos.
Segundo ele, as pessoas ainda estão se acostumando com a ideia de terem seus dados no cadastro positivo. Mas, com a entrada dos bancos, segundo Martins, a expectativa é que 40 milhões de consumidores autorizem a inclusão no cadastro positivo em um ano e meio ou dois anos. Martins disse ainda que o setor jurídico do SPC estuda a possibilidade de os clientes poderem fazer essa autorização pela internet.
Para o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Sérgio Odilon, o cadastro positivo vai ajudar os clientes a negociarem taxas de juros menores devido ao bom histórico de pagamentos.
— Aumentam as condições de negociação para quem paga em dia.
Segundo Odilon, os bancos precisaram de prazo para se adaptar tecnologicamente. O cadastro positivo foi criado por lei em junho de 2011e o decreto de regulamentação foi publicado em outubro do ano passado.
Mas, em dezembro do ano passado, o CMN (Conselho Monetário Nacional) autorizou as instituições financeiras a só começar a operar o cadastro positivo em agosto deste ano.
Já as empresas de consórcios ganharam um prazo ainda maior para se adaptarem. No último dia 25, o CMN adiou para 1º de junho do próximo ano a implementação do cadastro positivo pelo setor.
Segundo Odilon, o adiamento foi necessário porque os consórcios lidam com conceitos diferentes em relação a outros integrantes do sistema financeiro.
— O consórcio é um grupo de pessoas que se reúne para poupar e não se rege pelos mesmos conceitos das demais operações de crédito. No consórcio, não faz sentido falar em adimplente e inadimplente, mas em consistente, contemplado e sorteado.
SÃO BENTO AGORA PB Com R7
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