De garçom do plenário do Senado a dublê de senador por meia hora. A pedido do senador João Costa (PPL-TO), por meio de um bilhetinho, o garçom Jonhson Alves Moreira abandonou seus afazeres na copa e fez uma ponta de senador para que ele não discursasse para o plenário vazio. Como presidente da sessão, já que não tinha nenhum parlamentar para ocupar a cadeira enquanto estivesse na tribuna, o senador do Partido da Pátria Livre (PPL) fez um longo discurso, de 14 páginas, uma reflexão sobre aborto e “direitos do nascituro à luz do sistema do direito romano atual e do ordenamento jurídico brasileiro”.
Com a TV Senado focada somente em sua imagem, muito empolgado João Costa encenou para uma plateia inexistente e gesticulou para o “senador fake”, que retribuía com gestos aprovativos de cabeça.
- Senhor presidente, senhores senadores, senhoras senadoras, senhores e senhoras presentes, e aqueles que acompanham esta sessão pela rádio e TV Senado – começou João Costa, sendo que o presidente era ele mesmo e , no plenário, só o garçom plantado estrategicamente à sua frente.
Perto da tribuna, conversando com os jornalistas, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) estranhou a cena:
- Mas ele não tinha que me chamar para ficar na presidência enquanto discursava na tribuna?
Com taquígrafos a postos, o garçom senador virou motivo de piadinhas dos seguranças, que tiraram fotos e brincavam sugerindo que Jonhson Moreira fizesse um aparte. Outros pediam que os outros garçons servissem a ele um cafezinho.
Com a TV Senado focada somente em sua imagem, muito empolgado João Costa encenou para uma plateia inexistente e gesticulou para o “senador fake”, que retribuía com gestos aprovativos de cabeça.
- Senhor presidente, senhores senadores, senhoras senadoras, senhores e senhoras presentes, e aqueles que acompanham esta sessão pela rádio e TV Senado – começou João Costa, sendo que o presidente era ele mesmo e , no plenário, só o garçom plantado estrategicamente à sua frente.
Perto da tribuna, conversando com os jornalistas, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) estranhou a cena:
- Mas ele não tinha que me chamar para ficar na presidência enquanto discursava na tribuna?
Com taquígrafos a postos, o garçom senador virou motivo de piadinhas dos seguranças, que tiraram fotos e brincavam sugerindo que Jonhson Moreira fizesse um aparte. Outros pediam que os outros garçons servissem a ele um cafezinho.
Indiferente à situação inusitada, o senador de verdade – um suplente de senador – continuava seu discurso, contando uma estória sobre um casal de alemães de olhos azuis, com 1,95 metro de altura e várias doenças genéticas, que transferiu um embrião para o útero de uma anã, de 1,20 metro de altura e sem nenhuma doença genética.
- Indaga-se, nove meses depois, após o nascimento, como será a criança? Inegavelmente ela terá as características físicas e genéticas dos pais alemães – discursou o senador João Costa.
Para encerrar, João Costa protagonizou outra mentirinha para os telespectadores. Encerrou como se o plenário estivesse muito concorrido. – Considerando a exiguidade do tempo, e o número de oradores inscritos, senhor presidente, solicito que as demais peças do meu pronunciamento sejam dadas como lidas. Muito obrigada pela atenção e gentileza! – disse, saudando o plenário, mas tendo a sua frente apenas o garçom, que retribuiu com um aceno de mão.
Tocantinense como João Costa, o garçom disse que ele lhe pediu para ficar bem no centro do plenário, em pé, para o senador não perder o foco durante o discurso.
- Ele pediu para eu ficar lá para ele não perder o foco. Mas eu gostei muito da experiência de senador – disse Jonhson ao final. – O meu senador já está treinado . Fica lá para eu balizar meu discurso – agradeceu João Costa, ao descer da mesa e abraçar o conterrâneo. Para compensar o trabalho do garçom, João Costa o presenteou com a cópia do discurso, todo rabiscado de caneta marca texto. – Toma de presente! Mais um para você levar para casa.
SÃO BENTO AGORA PB Com O Globo – Foto Maria Lima
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