Um milhão de paraibanos sofre de hipertensão arterial. Segundo estimativas do IBGE, a população da Paraíba é de aproximadamente 3.769.977 habitantes, o que representa 26,52% dos habitantes com pressão alta. A hipertensão arterial acomete um bilhão de pessoas no mundo, 60 milhões de brasileiros e aproximadamente 250 mil pessoenses. Estudos mostram que 50% das pessoas não sabem se são hipertensos, 30% fazem tratamento e apenas 10% dos hipertensos têm sua pressão sob controle.
Para marcar o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial, realizado nesta sexta-feira (26), o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, elaborou uma programação especial.
As ações vão acontecer no horário das 8h30 às 12h, no Ponto de Cem Réis, no Centro da Capital. Paralelo a esse evento, acontecerão outras atividades promovidas pelo Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador na Paraíba (Cerest-PB) em memória das vítimas de doenças e acidentes de trabalho, cuja data transcorrerá no próximo dia 28.
Ainda serão oferecidos à população vários serviços de saúde como verificação de pressão arterial, teste de glicemia, avaliação e orientação nutricional, teste de Fargerstron (que mede a quantidade de nicotina no organismo), orientação psicológica, divulgação e orientações sobre os Centros de Tratamento do Fumante e orientações sobre a prática de Atividade Física. Esta ação é uma parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia – Região Paraíba - Secretaria de Saúde de João Pessoa, Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) e Faculdade de Ciências Médicas.
De acordo com o cardiologista da SES, Fábio Almeida de Medeiros, a hipertensão arterial sistêmica é um problema de saúde em que há uma elevação mantida, contínua da pressão arterial, acima de 140 x 90 mmHg (14 x 9 mmHg para o leigo), sendo praticamente sem sintomas, porém levando danos ao coração, cérebro, rins, olhos e vasos.
Ainda segundo o cardiologista, as doenças cardiovasculares (DCV) são a primeira causa de morte no Brasil, matando mais que câncer e violência (aproximadamente 34% de todos os óbitos). A hipertensão arterial, que é um dos principais fatores de risco para DCV, está implicada em 80% dos casos de AVC e 60% de infarto agudo do miocárdio (IAM), levando a muitas mortes e incapacitações.
“São fatores para elevação da pressão arterial: a obesidade, o excesso de sal na alimentação, o excesso alcoólico, a falta de exercícios físicos, o estresse emocional, o uso de drogas ilícitas, como cocaína, crack e até o abuso de algumas medicações, como anti-inflamatórios, anticoncepcionais orais, descongestionantes nasais, alertou Fábio Almeida.
Dados do Datasus mostram que aproximadamente 40% da população adulta no Brasil têm sobrepeso (IMC > 25) e 11% são obesos (IMC > 30), e um dado preocupante é que crianças e adolescentes estão engordando mais, virando futuros obesos, devido a maus hábitos alimentares (fast food, consumo exagerado de massas, gorduras saturadas, doces, dentre outros alimentos.), aliados à vida sedentária, prevendo-se uma epidemia de obesidade para o futuro próximo, o que já ocorre nos Estados Unidos.
A obesidade e sobrepeso são fatores de elevação da pressão arterial, dificulta o tratamento da hipertensão e é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, principalmente na associação com intolerância à glicose e diabetes, colesterol elevado e circunferência abdominal aumentada (acima de 102 cm no homem e 88 cm na mulher), levando à síndrome metabólica, elevando muito o risco de doenças cardiovasculares.
“O tratamento das doenças cardiovasculares e da hipertensão arterial exige a mudança do estilo de vida, onde deveremos perder peso, quando há sobrepeso ou obesidade, fazer atividade física regular, no mínimo três vezes por semana, diminuir o grau de estresse emocional, diminuir a alimentação rica em sal, reduzir bebida alcoólica, não fumar, fazer uma alimentação saudável, com muitas fibras, carnes magras de preferência grelhadas. As pessoas acima de 30 anos de idade devem fazer avaliação cardiológica anual e quando forem iniciar atividade física moderada, e mesmo indivíduos mais jovens se na família existam muitos casos de hipertensão ou doenças cardiovasculares, principalmente parentes de primeiro grau, como pais ou irmãos”, orienta o cardiologista Fábio Almeida de Medeiros.
SÃO BENTO AGORA PB Com Correio da Paraíba
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