“Eu estou com medo de dormir em casa e temo pela minha família, pelo meu filho, um adolescente de 17 anos de idade, que quase diariamente é torturado e ameaçado por policiais militares que são comandados pelo tenente Ulisses, integrante da Força Tática do 7º Batalhão da Polícia Militar da Paraíba, em Santa Rita”.
O desabafo é feito pela dona de casa, Maria Dalva Pereira da Cruz, de 39 anos de idade, moradora da Rua do Sol, no Alto das Populares, na cidade de Santa Rita, Região Metriopolitana de João Pessoa . Ela conta que já não aguenta mais tanta tortura, tantas cenas de covardia e humilhação com seus familiares e vizinhos. Dona Maria Dalva diz que todos esses atos de “covardia e injustiça” são praticados por homens que se escondem por trás da farda da policia.
Dona Maria Dalva disse que o seu filho, Adriano Pereira de Melo, de 18 anos, desde que era menor de idade já apanhava do tenente Ulisses e seus comandados. Ela diz que até ao quartel do 7º Batalhão já foi para prestar queixa ao major Lucas, mas nenhuma providência foi tomada.
A dona de casa contou que na madrugada desta terça-feira, a família acordou assustada com tiros de revólver e espingarda calibre 12 disparados contra a porta e as pareddes de sua residência. Dona Maria Dalva explicou que não pode atribuir os tiros disparados ao tenente e seus comandados, mas diante da situação continua a temer pela vida da família.
Pela mesma situação passa a família de Lucicleide Francisco Pereira, de 31 anos de idade, vizinha de Dona Maria Dalva. Ela não nega que tem um irmão, Fábio Bezerra Felipe, de 21 anos, que já praticou pequenos furtos, mas hoje está trabalhando para criar os seus filhos, porém é perseguido pelo tenente Ulisses e por isso não consegue viver em paz.
Lucicleide Francisco conta que o seu filho, adolescente de 16 anos e, sua mãe, Dona Severina Bezerra Felipe, já apanharam do tenente Ulisses.
Lucicleide Francisco conta que o seu filho, adolescente de 16 anos e, sua mãe, Dona Severina Bezerra Felipe, já apanharam do tenente Ulisses.
O adolescente tem espalhadas pelo corpo as marcas das torturas praticadas pelo policial. Eles já tentaram fazer exame de corpo delito na Gerência de Medicina Odonto Legal (Gemol), no Cristo Redentor, mas foram impedidos pelo policial que os ameaça. Os furtos que acontecem na comunidade são atribuídos ao irmão dela, e a família não aguenta mais esta situação.
Um notebook que foi roubado e a culpa recaiu sobre Fábio Bezerra. Ele novamente apanhou dos policiais e, segundo a irmã Lucicleide, não teve nada a ver com o caso. As duas famílias estão apavoradas e não têm para quem apelar. Elas pedem providências ao Comando Geral da Polícia Militar e ao Governo para que tome as providências e acabe com a violência que assusta as duas famílias.
O major Lucas, comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar da Paraíba, em Santa Rita, disse que a revolta das famílias começou depois que o tenente Ulisses com mais dois policiais fizeram a prisão do irmão de Lucicleide Francisco Pereira, Fábio Bezerra Felipe, mais conhecido pelo apelido de “Fabinho Doceiro”, que é ex-presidiário.
Ele contou que no momento da prisão em frente à casa das duas famílias, eles tentaram impedir o trabalho da polícia e passaram a agredir os militares, tendo o acusado conseguido fugir. “Foram mais de 30 pessoas em cima dos policiais, inclusive um menor. O tenente Ulisses levou um soco no nariz e soldado Emerson também foi agredido”, disse o major.
Ele explicou que uma sindicância já foi aberta para apurar o caso e saber se houve algum execesso por parte da polícia. De acordo com a conclusão da justiça, o major Lucas disse que, se houver culpados, eles serão punidos.
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