AMOR BANDIDO
Carlos Fabiano Terra Corrêa, 35 anos, voltava de uma noite com sua namorada. Porém, ele não poderia estar ali àquela hora. Corrêa tem, há cinco anos, outro compromisso diário, não com uma mulher, mas com a Justiça.
Ele mora no Instituto Penal de Viamão, onde cumpre pena no regime semiaberto por homicídio. No momento da abordagem, Corrêa dirigia o veículo de um outro preso, que emprestou o carro para o encontro amoroso. Aos policiais, ele confirmou que saía escondido do presídio para ver a namorada.
Em um dos três celulares que ele carregava havia um diálogo com a amante: “Que pena, linda. A gente perdeu uma noite de risos, brincadeira e beijos. Eu só pulei o muro pra te ver. Ontem tava horrível pra sair, mas o coração(...)”.
Os presos que cumprem pena no regime semiaberto só podem deixar a casa prisional para trabalhar durante o dia. À noite, têm que se apresentar. Entretanto, Corrêa não está empregado, o que impede que ele deixe o presídio em qualquer circunstância.
Falha no sistema
Na operação que flagrou o fugitivo, o BOE empregava dois pelotões, num total de 60 homens e dez viaturas. “Fazíamos uma operação pente fino para conter a criminalidade, e, para nossa surpresa, acabamos pegando alguém que deveria estar recolhido em um presídio”, disse o capitão do BOE Fernando Maciel.
No momento em que estava sendo preso, um dos celulares de Corrêa tocou. Era uma mensagem: “Me dá notícia. Não consigo dormir. Estou preocupada”. O número do remetente não pode ser visto, só uma assinatura: Geca.
O detento foi encaminhado ao Presídio Central de Porto Alegre, onde cumprirá medida disciplinar. Segundo a Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul), um corregedor foi enviado ao Instituto Penal de Viamão, que abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias da fuga de Corrêa.
O resultado da investigação deve ser conhecido em trinta dias.
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