Operações desencadeadas pelo Ibama no Sertão da Paraíba flagraram, ao longo do ano, cenas de crueldade na caça a uma ave típica do Nordeste, a popular arribaçã (cujo nome científico é Zenaida auriculata noronha). Indefesas à noite nos ninhos, as aves são abatidas a pauladas e os ovos esmagados. Os ataques estão colocando a espécie em risco.
Aves abatidas: população de arribaçãs em risco
Os relatos são do chefe da operação de fiscalização do Ibama, José Pereira da Costa. Ele informou que desde o período das chuvas – quando começaram as ações – até o início de novembro, foram aplicados 33 autos de infrações e multas que somam R$ 126,4 mil.
“Foram ainda apreendidas 114 aves vivas e 28 animais abatidos”, revela, adiantando que as aves aparecem em grandes bandos no Sertão paraibano, mas a caça predatória – que inclui a destruição dos ninhos – ameaça a população de arribaçãs.
Ninhos são atacados
“As novas gerações de avoantes estão sendo seriamente comprometidas e a longo prazo irá resultar na redução drástica da presença deste animal no Sertão paraibano, empobrecendo nossa fauna”, acrescenta Costa.
As operações ocorrem todos os anos, no início do período das chuvas, época de postura dos ovos.
“Graças às incursões da fiscalização e sua permanência periódica nas áreas críticas de ocorrência das arribaçãs, uma boa parte dos ovos postos tem tido sua eclosão garantida”, diz Costa.
A arribaçã é tradicionalmente consumida na região como “tira-gosto”, no entanto o abate ou captura de qualquer animal silvestre é crime.
Em anos anteriores chegaram a serem apreendidas até 35.000 sangras (petrechos de caça) que foram devidamente incineradas nos locais de apreensão.
“Uma avaliação de custo e benefícios, revela que o prejuízo dos caçadores que utilizam esta modalidade de crime ambiental (captura das aves com armadilha) tem sido razoável, partindo do princípio de que a confecção cada armadilha custa C$ 2,00 (dois reais)”, finaliza Costa.
Também tem sido feito um trabalho de sensibilização nas comunidades visitadas e com os produtores rurais.
Fonte: Adriana Bezerra
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